segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Crítica - Super 8


    ''Super 8'' é a nostalgia em sua pura essência. Nostalgia que não será completamente compreendida pela geração atual (me incluo aí), entretanto está presente. As matinês das décadas de 70 e 80, protagonistas do cinemão norte-americano na época, com filmes como ''Os Goonies'', ''Contatos Imediatos de Terceiro Grau'', ''E.T.'', ''De Volta Para o Futuro'', a trilogia de Indiana Jones... Longas do gênero aventura, que apresentam uma diversão descompromissada e focada no público mais jovem; aqui ganham uma digníssima homenagem.


    E, é importante lembrar, desses nomes que aí citei, apenas o quarto não tem a assinatura de Steven Spielberg, seja na direção ou na produção. Em ''Super 8'', dirigido por J. J. Abrams, o mestre dos blockbusters está na produção. Aqui, a história parece uma mistura das várias obras anteriores: um grupo de jovens que estava produzindo um filme caseiro presencia um acidente entre um trem de carga e um caminhão. A partir daí, após uma série de desaparecimentos e com a presença suspeita do exército americano no local, eles começam a se envolver mais na misteriosa trama por trás daquele trem.


    Exterior à trama principal do acidente, há o desenvolvimento dos personagens adolescentes do filme: Joe (Joel Courtney), um menino que acaba de perder a mãe e sofre com a falta de tato do pai; Alice (Elle Fanning, a irmã mais talentosa ainda de Dakota), filha de uma inimizade do pai do garoto; Charles (Riley Griffiths), o ''cineasta'' e melhor amigo de Joe... e por aí vai. E o relacionamento entre os adolescentes é o principal destaque do longa, tal qual as cenas de preparação para as filmagens e delas em si. É difícil não se encantar com a interação ali, ainda mais entre o 'casal' Joe e Alice.


    Se isso destaca o filme (além dos ótimos efeitos especiais, o que já era esperado), é excelente que a maior parte do longa se foque nisso. São as partes que mais divertem e que o tornam um dos melhores do ano. Porém, se o filme funciona nesses momentos, quando se foca em ficção científica, cai. As cenas que envolvem a criatura misteriosa que assombra a cidade ficam um ponto abaixo em qualidade (principalmente a da caverna, escura e sub-aproveitada), o que se configura como uma baita decepção. 


     Toda a atmosfera foi criada, o elenco jovem dando um show... e o clímax mesmo não faz jus a tudo. Parece que o filme se perde exatamente quando procura sua própria identidade, deixando de lado referências, e se torna muito mais uma obra de Abrams do que de Spielberg. Isso sem citar o final (brega), que destoa do desenvolvimento nivelado visto anteriormente. Apesar disso, só a qualidade de tudo que veio antes e a vontade de que o longa não acabasse, que tivessem mais cenas entre os adolescentes... Só isso, já o torna inesquecível e bem acima da média.      Nota 8/10

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